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Tem festa em casa? Veja 5 combinações infalíveis de queijos com vinhos (e com fondue)

Luciana Mastrorosa

14/06/2017 04h07

Crédito: Getty Images

Uma festa de queijos e vinhos nunca sai de moda. É prática, democrática, tem sempre um tipo que vai agradar até os mais enjoados e nem precisa ser cara (dá para comprar muita coisa boa sem gastar muito). Se o tempo esfria, então, melhor ainda!

A tentação de comprar um tipo só de vinho (em geral, tinto) para combinar com vários queijos diferentes é grande. Ainda mais em tempos de crise. Mas harmonizar as peças com bons goles nem sempre é tão fácil. Alguns queijos são muito, muito potentes, e acabam brigando demais com a bebida.

Se você não abre mão de vinho tinto e quer escolher só um, a dica é: prefira um tipo que seja mais leve, frutado, jovem, e esqueça aqueles ultrapotentes e encorpados (que você serviria, por exemplo, com um assado cheio de molho). Prefere os brancos? Então, aposte nos queijos de paladar mais suave, como os de cabra, o minas frescal e a muçarela, ou até os mais amanteigados, como prato, emental ou gouda. A gente sabe que, no fim das contas, o melhor vinho é aquele que a gente gosta. É importante respeitar suas preferências pessoais e ser feliz.

Mas, se estiver disposto a comprar mais de um tipo para acompanhar sua seleção de queijos, selecionamos algumas combinações infalíveis abaixo:

Queijos frescos, muçarela e cabra: prefira os brancos leves
Aquele queijo de cabra bem fresco e macio, com uma acidez agradável no paladar, é companhia perfeita para um vinho branco leve e frutado, como um Sauvignon Blanc. O tradicional (e amado!) queijo de Minas e a muçarela (tanto a de vaca quanto a de búfala) têm sabor neutro e também vão bem com os brancos, em particular os Chardonnay que não passam por madeira – mas espumantes também funcionam superbem aqui. Já os queijos meia-cura podem ser mais picantes no paladar, dependendo do tempo de maturação. Os brancos continuam acompanhando bem nesse caso, mas um tinto leve, como um Merlot, pode agradar.

Brie, camembert e outros queijos de mofo branco: brancos, tintos e rosés
A família dos queijos de mofo branco é grande, e o camembert e o brie (franceses na origem, mas com muitos bons exemplares nacionais) são os mais conhecidos por aqui. Em geral, são bem tranquilos de harmonizar. Quanto mais jovens, mais suaves serão no paladar, e casam com um tinto igualmente jovem, como o Beaujolais (e outros feitos com a uva Gamay). Prefira os tintos leves no paladar, sem taninos potentes. O casamento também é bom com brancos, rosés e espumantes. Cuidado com a maturação: se forem mais velhos, podem ter um aroma e sabor mais intensos (alguns lembram até amoníaco) e interferirem demais no gosto da bebida.

Queijos de massa amarela, como gouda, emental e prato: aposte em tintos variados
Estes fazem sucesso em qualquer festa de queijos e vinhos: são amanteigados e untuosos no paladar, delicados e, em alguns casos, quase adocicados. Combinam bem com tintos leves diversos, como Merlot ou Carmenère (há excelentes exemplares da Argentina e Chile). Novamente, fuja dos muito encorpados e cheios de taninos. Para quem vai de branco, um Chardonnay que passou por madeira também fica uma delícia. Rosés elegante, como os chilenos e franceses, agradam bastante.

Parmesão e grana padano: sucesso com tintos italianos
Como resistir a uma lasca de parmesão e um gole de vinho tinto? De origem italiana (com ótimos exemplares nacionais), esses queijos de maturação longa e presença marcante de sal pedem tintos um pouco mais encorpados, mas com acidez agradável, como os italianos Chianti, Brunello e Barolo, ou os franceses do Rhône e de Bordeaux. Achou caro? Há excelentes opções do Chile, Argentina e Brasil nessa categoria.

Queijos azuis, como gorgonzola e roquefort: sabores extremos
Este são alguns dos queijos mais difíceis de harmonizar, e mais disputados também, especialmente o gorgonzola. Salgados, cremosos, por vezes até picantes, esses tipos fazem um casamento perfeito, acredite, com os vinhos fortificados e naturalmente doces, como o Porto. Neste caso, o doce e o salgado se completam e se enaltecem mutuamente. O francês Sauternes, conhecido por sua doçura e acidez equilibradíssimas, também é uma excelente opção, assim como os late harvest chilenos (com preço bem mais acessível). Há bons vinhos de sobremesa nacionais também, com acidez muito agradável, doçura elegante e com ótimo preço.

E se o encontro tiver fondue?
A fondue clássica é elaborada com queijos gruyère e ementhal, mais vinho branco, kirsch (aguardente de cereja) e temperos como noz-moscada e pimenta-do-reino. Para acompanhar, os brancos de boa acidez vão muito bem, como os Riesling alemães e os Chardonnay (há alguns nacionais excelentes). Um tinto muito encorpado e cheio de taninos pode interferir demais no sabor do prato. Se não abrir mão desse tipo de vinho, prefira os mais delicados, como um Pinot Noir.

Sobre a Autora

Luciana Mastrorosa é apaixonada por escrever, cozinhar e comer. Jornalista especializada em gastronomia e pesquisadora da área de alimentação, passou pelos principais veículos do país. Formada no Le Cordon Bleu Paris e Université de Reims Champagne-Ardenne, atualmente cursa o Mestrado em Nutrição Humana Aplicada, na Universidade de São Paulo. É autora do livro Pingado e Pão na Chapa - Histórias e Receitas de Café da Manhã (editora Memória Visual) e do e-book "Natal Feliz - 30 Receitas Incríveis para a Sua Ceia".

Sobre o Blog

Menu do Dia é o blog de culinária, receitas, gastronomia e nutrição, da jornalista e pesquisadora Luciana Mastrorosa. Aqui, você vai encontrar notícias, reflexões, receitas, degustações e muito mais sobre uma das melhores coisas da vida: comer.