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Parente dos feijões, favas são fonte de proteínas e fibras, veja como fazer

Luciana Mastrorosa

01/08/2019 04h00

Crédito: iStock

O feijão é praticamente onipresente na alimentação do brasileiro, diferentemente das favas. Parecidas com seus primos – essas leguminosas, ou fabáceas, são da mesma família – elas são mais consumidas nos estados do Nordeste, onde também há um plantio maior desses grãos. Em termos de formato, as favas são maiores que os feijões, porém mais achatadas, e podem ser encontradas em diferentes cores, brancas, vermelhas, marrons, algumas até rajadinhas. Depois de cozidas, ficam muito macias e saborosas, com a textura que lembra a de um purê.

Assim como ocorre com os feijões, as favas são também fontes de proteína, nutriente essencial para a formação e manutenção do organismo. Também são ricas em fibras e, por isso, contribuem para o bom funcionamento dos intestinos e para trazer maior saciedade, favorecendo aqueles que estão de dieta para emagrecimento. Só não vale exagerar, pois 100 gramas desse grão cozido fornecem cerca de 100 calorias. Mas o aporte de nutrientes não para por aí: as favas são ricas em minerais como o cálcio e o fósforo, que auxiliam a manter a saúde dos dentes; ferro, que ajuda a combater a anemia; e potássio, que regula a pressão arterial e é fundamental para os praticantes de atividades físicas ou que realizam trabalhos extenuantes. As favas fornecem ainda vitamina A, importante para a saúde ocular, além de outras vitaminas do complexo B, que atuam no metabolismo. Por serem fonte de ácido fólico, são um bom alimento para as mulheres que pretendem engravidar, pois ajuda a formar o sistema nervoso do bebê.

Mais amargas e cozimento longo

Uma das principais diferenças das favas e dos feijões, em termos culinários, é que as primeiras não costumam formar muito caldo no cozimento, pois suas cascas são mais rígidas. Também por isso, a cocção costuma ser mais longa. Outro ponto importante: alguns tipos de favas têm um amargor característico. Para contornar essas situações, é preciso deixar as favas de molho (principalmente os grãos secos – e quanto mais velhos, mais demoram a cozinhar), escorrer a água e cozinhar em água nova. Usar a panela de pressão ajuda a diminuir o tempo de cocção.

Outra dica bacana é aferventar a fava algumas vezes, trocando a água sempre, para diminuir retirar o amargor. Só depois que o grão estiver no ponto que você preferir, entre com o sal e os temperos. E, se a ideia for comer as favas como feijão, com caldo, amasse alguns dos grãos cozidos para liberar o amido e, assim, engrossar um pouco o líquido do cozimento ou então deixe mais tempo no fogo, até os grãos começarem a desmanchar.

Favas verdes também podem ser consumidas e cozinham mais rápido. Gosto de usá-las para o preparo de saladas e pratos mais frescos. Já os grãos secos – que duram muito tempo na despensa, desde que bem acondicionados ao abrigo da umidade, luz e calor – podem ser usados de muitas maneiras diferentes. Cozidos como feijões, ficam ainda mais saborosos se forem acrescentados legumes como cenoura, maxixe, salsão, abobrinha, ou raízes como mandioca, inhame e cará (eles ajudam a engrossar o caldo também). Ficam ótimos em companhia de carne seca desfiada, arroz cozido, carnes e aves assados e ensopados e também na forma de salada, com um bom tempero de alho, cebola, tomate, pimentão, azeite, suco de limão ou vinagre de boa qualidade, sal e pimenta-do-reino ou pimentas frescas picadinhas. Assim, além dos benefícios das favas, você terá também a presença de gorduras mono-insaturadas do azeite, excelentes para a saúde cardiovascular, e os antioxidantes, vitaminas e minerais presentes nos legumes. O tomate e os pimentões, como sempre lembro por aqui, são ricos em licopeno, um antioxidante poderoso que ajuda a evitar doenças crônicas não-transmissíveis, como o câncer, e a prevenir o envelhecimento precoce.

Se gostar, dá para preparar também purês de favas, emulsionados com azeite e tahine, como um homus de grão-de-bico, temperados com suco de limão (rico em vitamina C) e um tantinho de alho, que ainda ajuda a reforçar o sistema imunológico.

Nos mercados centrais, geralmente dá para achar favas de todos os tipos. Se você ainda não provou esse ingrediente delicioso e versátil, compre diferentes variedades do grão, em pequena quantidade, e prove as texturas, o sabor e o amargor, para escolher sua favorita. Os preços são parecidos com os dos feijões, e trazem uma diversificação maior para a alimentação de todo dia.

Você já provou favas? Como gosta de prepará-las? Conte para mim! Estou no Instagram, me adicione por lá.

Sobre a Autora

Luciana Mastrorosa é apaixonada por escrever, cozinhar e comer. Jornalista especializada em gastronomia e pesquisadora da área de alimentação, passou pelos principais veículos do país. Formada no Le Cordon Bleu Paris e Université de Reims Champagne-Ardenne, atualmente cursa o Mestrado em Nutrição Humana Aplicada, na Universidade de São Paulo. É autora do livro Pingado e Pão na Chapa - Histórias e Receitas de Café da Manhã (editora Memória Visual) e do e-book "Natal Feliz - 30 Receitas Incríveis para a Sua Ceia".

Sobre o Blog

Menu do Dia é o blog de culinária, receitas, gastronomia e nutrição, da jornalista e pesquisadora Luciana Mastrorosa. Aqui, você vai encontrar notícias, reflexões, receitas, degustações e muito mais sobre uma das melhores coisas da vida: comer.