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Você consome algas? Conheça os tipos, benefícios e como usar

Luciana Mastrorosa

25/10/2018 04h00

Algas secas em placa – Crédito: iStock

Algas marinhas são um alimento tradicional, consumido há milênios por populações costeiras, principalmente na Ásia Oriental, em países como Japão, China e Coréia. Por aqui, algumas variedades tornaram-se comuns, como a nori (aquela alga que envolve os sushis), justamente pela difusão da culinária japonesa. Além do sabor agradável, que remete ao mar, as algas apresentam diversos benefícios para a saúde e podem ser encontradas em diversas variedades.

São chamados de "algas" todos os organismos que têm clorofila e fazem fotossíntese, porém possuem estruturas mais simples do que as plantas. As algas podem ser aquáticas, como as marinhas – as mais comuns – mas algumas podem se desenvolver no solo ou mesmo nas árvores. As variedades comestíveis, em geral, vêm do mar, e podem ter cores variadas, como vermelho, verde escuro e castanho. Também variam no tamanho e na forma, mas todas são ricas fontes de minerais e vitaminas.

Segundo estudos recentes, atribuem-se às algas diversas propriedades funcionais no combate a doenças como tuberculose, artrite, gripes, anemia e infecções de vários tipos. Além disso, elas têm sido utilizadas também no tratamento de dores reumáticas e osteoporose.

Atualmente, os adeptos de uma medicina mais natural têm apostado nos benefícios das algas encapsuladas, como a chlorella, que é rica em vitamina B12, fundamental para diversos processos metabólicos e uma das principais deficiências para quem não consome carne. Além disso, apresenta também alto conteúdo proteico, o que auxilia quem segue dietas veganas. Sempre bom lembrar, porém, que antes de tomar quaisquer suplementos, vale consultar um médico ou nutricionista, pois cada organismo é único e reage de formas diferentes.

Em termos de alimentação e saúde, acho mais interessantes as algas que se podem utilizar na comida e não apenas como suplemento. É o caso da nori, da wakame e da kombu, tipicamente empregadas na culinária asiática, com resultados deliciosos. Abaixo, cito algumas delas, seus benefícios e formas de usar:

Alga nori pronta para ser usada em sushis ou temakis – Crédito: iStock

Nori, a alga do sushi

Sabe aquela folha verde escura, quase preta, que envolve os rolinhos de sushi? Essa é a alga nori, um dos tipos mais consumidos no Japão. Ela é, na realidade, um aglomerado de várias espécies de algas, que, depois de prensadas, resultam em folhas finas como papel. É rica em cálcio e fibras, o que contribui para a saúde dos ossos e também auxilia a combater a obesidade (as fibras ajudam na sensação de saciedade). Pode ser usada para o preparo não apenas dos sushis, mas também de temakis, cortadas e servidas sobre saladas e macarrão oriental ou ainda como snack.

Alga wakame crua – Crédito: iStock

Wakame para sopas

É uma alga ainda mais saborosa que a nori, na minha opinião. Vendida seca, tem uma cor castanho-esverdeada e é rica em nutrientes como cálcio, magnésio e sódio. Por isso, também ajuda a preservar a saúde óssea. Pode ser hidratada antes de usar em diversos preparos, ou simplesmente picada e servida em sopas orientais, como o missoshiru. Hidratada e fria, picada em tiras finas, entra na composição de saladas. Fica ótima com um tempero de vinagre, azeite, óleo e sementes de gergelim. Como tem bastante sódio e um sabor marinho, ajuda a usar menos sal na comida também.

Ágar-ágar em pó – Foto: iStock

Ágar-ágar (kanten), a gelatina vegetal

Esta alga é um coringa nas dietas vegetarianas e veganas, pois atua como um gelificante natural. Ou seja, dá para fazer gelatinas de salgadas e doces, pois ela tem uma particularidade: endurece em temperatura ambiente, sem a necessidade de levar à geladeira. Além do uso na gastronomia, essa alga também é vendida em cápsulas, como suplemento, e entra como ingrediente de uma série de cosméticos e máscaras de beleza. É rica em minerais e vitaminas e atribuem-se a ela propriedades desintoxicantes, hidratantes da pele (contribui para a vitalidade) e também reguladoras do intestino, já que possui fibras.

Alga kombu seca – Crédito: iStock

Kombu, mais sabor em caldos

Sabe aquele caldo delicioso que você tomou no restaurante japonês? Provavelmente, foi feito com kombu, esta alga de sabor profundo, rico em umami. Pode ser encontrada em pó ou em folhas largas, usada para dar sabor aos caldos. Tem também uma versão desfiada, chamada de "tororo kombu", pronta para consumo, principalmente no preparo de sushis. Além de sua riqueza em minerais, ela também auxilia a digestão. Também são atribuídas a ela a redução do colesterol e o controle da hipertensão. É rica em iodo, elemento essencial para preservar a saúde da tireoide, e ferro, que auxilia no combate à anemia.

Alga hijiki – Crédito: iStock

Hijiki ou Hiziki, a alga da beleza

De cor marrom e vendida em pequenos pedaços pretos e secos, a hijiki é considerada a alga da beleza, pois favorece a pele e os cabelos. O ideal é aferventá-la por alguns minutos antes do uso, deixá-la esfriar e coar. Depois desse processo, pode ser usada em diversos pratos, na finalização de arroz e saladas, por exemplo. Contém alto teor de fibras e é fonte de diversos nutrientes, como a vitamina K, ferro, cálcio, iodo e magnésio, fundamentais para a manutenção da boa saúde.

Por fim, vale lembrar que esses alimentos são mais facilmente encontrados em lojinhas e mercados de produtos orientais. Na hora de comprar, atente-se à validade e observe se o produto está novo, sem sinais de fungos. De forma geral, as mais secas pedem hidratação antes do consumo, ou podem ser hidratadas direto no cozimento, como no caso de sopas e caldos. As folhas de nori ficam ainda mais gostosas se estiverem crocantes. Uma dica que um chef me deu e compartilho com você: passe-as ligeiramente no fogo antes de montar os temakis e sushis, com cuidado para não queimar. Isso garante que fiquem mais crocantes e apetitosas.

Você costuma consumir algas? Quais as formas de preparo que mais gosta? Conte para mim! Estou no Facebook e também no Instagram.

Sobre a Autora

Luciana Mastrorosa é apaixonada por escrever, cozinhar e comer. Jornalista especializada em gastronomia e pesquisadora da área de alimentação, passou pelos principais veículos do país. Formada no Le Cordon Bleu Paris e Université de Reims Champagne-Ardenne, atualmente cursa o Mestrado em Nutrição Humana Aplicada, na Universidade de São Paulo. É autora do livro Pingado e Pão na Chapa - Histórias e Receitas de Café da Manhã (editora Memória Visual) e do e-book "Natal Feliz - 30 Receitas Incríveis para a Sua Ceia".

Sobre o Blog

Menu do Dia é o blog de culinária, receitas, gastronomia e nutrição, da jornalista e pesquisadora Luciana Mastrorosa. Aqui, você vai encontrar notícias, reflexões, receitas, degustações e muito mais sobre uma das melhores coisas da vida: comer.