Noz-moscada é tempero bom para leite e cremes, conheça os benefícios

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Difícil pensar num molho branco muito saboroso que não leve ao menos uma pitada de noz-moscada. Essa especiaria, proveniente de um fruto da árvore Myristica fragrans, de origem asiática, é par perfeito com receitas à base de leites, cremes e ovos. E deixa qualquer torta de maçã amanteigada ainda melhor.
Do fruto produzido pela mesma árvore, extrai-se não apenas a noz-moscada, como também o macis, outra especiaria muito utilizada na culinária mundial (embora, por aqui, a primeira seja mais comum que a segunda). Dentro do caroço presente no fruto está a noz-moscada (pequena e arredondada, como uma bolinha), enquanto o macis é uma película que reveste o mesmo caroço. É removida e seca antes de utilizar, sendo mais comum encontrá-la em pó. O macis é mais usado para temperar carnes, picles de vegetais e também molhos, como o ketchup.
Em sabor, as duas especiarias se parecem: o macis é mais suave e equilibrado, mas ambos oferecem aromas frescos que remetem a pinho, além de notas florais e cítricas. Porém, para mim, o perfume que mais se sobressai é o toque amadeirado, ligeiramente doce e picante, atribuído à substância miristicina, presente nesse condimento.
A noz-moscada sempre fica mais saborosa se for ralada na hora de usar, pois desprende melhor o aroma de seus óleos essenciais. Na versão já moída, perde o aroma rápido, se não for bem conservada, e dura menos. Cozimentos longos podem alterar (para pior) o sabor do macis e da noz-moscada, por isso recomenda-se acrescentá-los às receitas, doces ou salgadas, no final do preparo ou pouco antes de servir.
Digestiva e antimicrobiana
Diversos estudos vêm sendo realizados sobre a noz-moscada. Essa especiaria é usada há séculos pela humanidade não apenas por seu aroma marcante, mas também por suas propriedades supostamente afrodisíacas e curativas.
Fato é que essa especiaria, usada em quantidades moderadas, pode facilitar a digestão, aliviar dores de estômago e evitar gases, além de regular a pressão arterial, pois contribui para uma melhor circulação. Além disso, pode ajudar a desintoxicar o organismo e ajuda a melhorar a tosse, especialmente para aqueles que estão se recuperando de uma gripe.
O óleo essencial dessa especiaria tem propriedades anti-inflamatórias, usado para tratamento de dores musculares e nas juntas (aqui, vale a mesma regra da moderação: antes de usar qualquer fitoterápico, consulte um profissional de saúde). Alguns estudos vêm estudando também o potencial antimicrobiano da noz-moscada, em especial contra fungos e bactérias nocivas à saúde.
Em termos nutricionais, mesmo em pequena quantidade (como 1 colher de café cheia, o equivalente a 4 gramas), a noz-moscada oferece muitos minerais, como cálcio e fósforo, (fundamentais para os ossos e dentes), folato (ótimo para mulheres grávidas ou tentando engravidar, pois contribui para a formação do tubo neural do bebê), magnésio (contribui com o metabolismo e o bom funcionamento neural) e potássio (excelente para hipertensos, atletas e pessoas que têm trabalhos extenuantes).
Também oferece uma dose de fibras, contribuindo para o bom funcionamento do sistema digestório, e vitamina A, que ajuda a preservar os olhos e a visão. Os carotenoides presentes nesta especiaria atuam como antioxidantes, evitando a inflamação do organismo e o envelhecimento precoce.
Uma precaução
Diz-se que a noz moscada tem efeito alucinógeno quando várias sementes são consumidas de uma vez e alguns estudos vêm tentando comprovar isso, investigando efeitos tóxicos principalmente em crianças pequenas. Assim, embora essa especiaria ofereça diversos benefícios à saúde, recomenda-se ingerir menos que 30 gramas por dia (cerca de 6 colheres de sopa da noz-moscada ralada, o que já seria muito) para evitar qualquer tipo de toxicidade, especialmente para os pequenos.
Mas, na culinária, sabemos que o uso da noz-moscada ocorre em pitadas, apenas para perfumar a receita: nada de exageros, portanto!