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Caqui combate os radicais livres e ajuda a regular a pressão, aproveite

Luciana Mastrorosa

14/03/2019 04h00

Crédito: iStock

De origem asiática, o caqui chegou ao Brasil pelas mãos dos imigrantes japoneses e encontrou terreno fértil e clima adequado para seu cultivo. De março a maio, esta fruta está em seu auge por aqui, podendo ser encontrada nas feiras e mercados com sabor e maturação adequados, além de melhor preço.

Consumido principalmente fresco, in natura, o caqui apresenta diversos benefícios para a saúde, além de seu sabor agradavelmente adocicado e sua textura macia ou firme e crocante, dependendo da variedade. É uma fruta rica em açúcares – por isso deve ser consumida por moderação pelos diabéticos. Porém, é também uma ótima fonte de fibras, o que auxilia no sistema digestivo, promove sensação de saciedade e ainda ajuda a regular o intestino. Só tome cuidado com o excesso, que pode causar diarreia.

Seja nas variedades moles ou duras, como são popularmente conhecidas, o caqui apresenta diversas vitaminas que atuam na proteção da pele, olhos e cabelo, além de aumentar a imunidade e ajudar a combater os radicais livres e, assim, prevenir o envelhecimento. É o caso das vitaminas C, A e K e dos carotenóides, muito presentes nessa fruta, além dos minerais cálcio e fósforo, que preservam a saúde óssea e dental, e potássio, que ajuda a regular a pressão arterial. Além disso, o caqui também exerce leve efeito diurético, ajudando o organismo a eliminar toxinas e a desinchar naturalmente.

O caqui é rico em luteína e zeaxantina, dois carotenoides que ajudam a preservar a saúde ocular, atuando contra os danos provocados pela luz do sol. Também apresenta uma boa quantidade de polifenóis, que, junto com os demais nutrientes, ajudam a evitar as doenças crônicas a e inflamação no organismo como um todo.

Variedades e maturação

O caqui é uma fruta que se apresenta em diversas variedades. Algumas delas têm a cor mais avermelhada e intensa, com casca lisa e delicada, como a Taubaté e a Rama-Forte. Outras, apresentam frutos de polpa crocante e firme e cor que puxa para o alaranjado, como a Fuyu, a Kyoto e a Guiombo. Todos os caquis lembram muito o formato e a cor do tomate, e, assim como esse fruto, também contêm licopeno, um antioxidante que atua na prevenção do câncer e protege contra doenças crônicas não-transmissíveis, como as cardiovasculares.

A fruta continua a amadurecer depois de colhida, mas é interessante comprar os caquis já maduros ou prestes a amadurecer, pois a quantidade de taninos presente neles é enorme. São eles que provocam aquela sensação de travo na boca, de adstringência, que torna impossível consumir um caqui verde.

Os caquis também são bastante perecíveis, principalmente as variedades de polpa mole. Por isso, o melhor a fazer é mantê-los refrigerados e consumi-los rapidamente. Há quem prefira remover a casca do caqui antes de consumir, mas eu prefiro consumir com casca e tudo. Só não se esqueça de lavar e higienizar bem a fruta antes de fazer isso.

Uso culinário em doces e salgados

Como disse mais acima, o caqui é mais consumido fresco, in natura. Mas isso não impede que seja usado em outros preparos doces e até salgados. Como tem um alto teor de açúcares, o caqui pode servir de base para fazer um vinagre artesanal rico em antioxidantes e probióticos naturais, principalmente os de polpa mole. Os mais crocantes e firmes ficam gostosos como tartare, ou seja, picados em cubinhos e temperados com uma calda doce e perfumada (água de rosas ou de laranjeira, por exemplo, e gotas de limão, ficam excelentes), para servir com sorvete, iogurte natural ou merengue. Se sua polpa estiver menos adocicada, use essa mesma base – sem a calda doce – e tempere com sal, vinagre ou suco de limão, pimenta-do-reino e azeite, além de cebola picadinha, tomate verde picado e ervas. Essa mistura pode ser servida no lugar do vinagrete ou como complemento para uma salada variada. Assim como a manga, o caqui também pode ser usado para fazer molhos e condimentos quentes, como chutneys, cozidos com especiarias, vinagre e um pouco de açúcar.

Se o caqui estiver bem doce, mas ainda firme, use fatias para cobrir tortas doces recheadas de creme de baunilha ou de iogurte. Ou ainda separe pedaços da fruta para colocar na vitamina ou no suco matinal, misturando com algo que traga um pouco de acidez, como suco de limão ou laranja, além de ervas frescas e, se gostar, tiras de legumes, como salsão e cenoura, ou folhas verde-escuras, como a couve. A polpa do caqui pode ser usada ainda para o preparo de mousses, sorvetes e picolés. Seu sabor naturalmente doce ajuda a usar menos açúcar na preparação.

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Sobre a Autora

Luciana Mastrorosa é apaixonada por escrever, cozinhar e comer. Jornalista especializada em gastronomia e pesquisadora da área de alimentação, passou pelos principais veículos do país. Formada no Le Cordon Bleu Paris e Université de Reims Champagne-Ardenne, atualmente cursa o Mestrado em Nutrição Humana Aplicada, na Universidade de São Paulo. É autora do livro Pingado e Pão na Chapa - Histórias e Receitas de Café da Manhã (editora Memória Visual) e do e-book "Natal Feliz - 30 Receitas Incríveis para a Sua Ceia".

Sobre o Blog

Menu do Dia é o blog de culinária, receitas, gastronomia e nutrição, da jornalista e pesquisadora Luciana Mastrorosa. Aqui, você vai encontrar notícias, reflexões, receitas, degustações e muito mais sobre uma das melhores coisas da vida: comer.